Bebida boa tem que ter ranking, certo? E para quem gosta de uma boa cachaça esta é uma tarefa bem árdua e que exige grande preparo físico. Principalmente do fígado do avaliador, já que são mais de cinco mil marcas registradas no país, produzindo juntas mais de 1,4 bilhão de litros por ano segundo o Ministério da Agricultura.
Nas minhas andanças por aí, experimentei muitas cachaças excelentes, outras nem tanto e algumas que não valem nem a lembrança. E das que provei, destaco algumas que podem figurar em qualquer seleção dos maiores especialistas. Todas as cachaças que eu recomendo aqui são facilmente encontradas no mercado e os preços estão entre R$25 e R$120. Vamos ao ranking:
10 – Seleta
Vem de: Salinas – MG
Graduação Alcoólica: 42%
Impressões: Tem um gosto bem marcante, um pouco ácido e que persiste na boca por muito tempo. Ideal para aperitivos.
9 – Volúpia
Vem de: Alagoa Grande – PB
Graduação Alcoólica: 42%
Impressões: Apesar de ser “branquinha” ou “prata”, essa cachaça é envelhecida por um ano, mas a madeira utilizada não interfere muito no sabor da bebida. É outra de sabor bem forte e marcante.
8 – Mato Dentro
Vem de: São Luís do Paraitinga – SP
Graduação Alcoólica: 41%
Impressões: Bebi a variação prata e gostei muito porque é suave e com um cheiro bem doce, que lembra a cana-de-açúcar.
7 – Lua Cheia
Vem de: Salinas – MG
Graduação Alcoólica: 45%
Impressões: Essa é muito boa. Envelhecida em bálsamo, essa cachaça ouro tem como principal característica ser levemente picante. Imperdível.
6 – Indaiazinha
Vem de: Salinas – MG
Graduação Alcoólica: 48%
Impressões: Essa é uma das mais envelhecidas. Tem um sabor muito amadeirado e apesar da graduação alcoólica alta, não é daquelas que desce “rasgando”. Uma delícia.
5 – Maria Izabel
Vem de: Parati – RJ
Graduação Alcoólica: 44%
Impressões: As cachaças de Parati são conhecidas por serem muito fortes e ácidas, mas esta se destaca por ser o oposto disso. É feita com muito capricho e fez por merecer o quinto lugar nesta lista.
4 – Casa Bucco
Vem de: Passo Velho – RS
Graduação Alcoólica: 40%
Impressões: A única representante da região sul do Brasil é uma cachaça bem peculiar justamente por não parecer cachaça. É bem ácida e o carvalho empresta um sabor bem diferenciado.
3 – Germana
Vem de: Nova União – MG
Graduação Alcoólica: 40%
Impressões: Essa cachaça é deliciosa. Quando a provei pela primeira vez, no Mercado Municipal de Belo Horizonte, foi amor ao primeiro gole. Muito suave e com um sabor bem sutil, faz muito bonito até para quem não é conhecedor de cachaça.
O carinho na produção se estende até à garrafa: é revestida de folhas secas de bananeira para proteger a bebida da luz e do calor. Todo esse esforço recompensa o apreciador com um sabor difícil de esquecer.
2 – Reserva do Gerente
Vem de: Vila Velha – ES
Graduação Alcoólica: 44%
Impressões: Essa cachaça foi uma grata surpresa. Sempre ouvi falar muito bem dela e sempre que passava em frente da fábrica, na belíssima Ponta da Fruta, dizia que um dia pararia lá para comprar uma garrafa. No ano passado em meu aniversário, um amigo me economizou estre trabalho e me deu uma garrafa da Reserva Especial.
Que cachaça! Uma cor linda, um aroma agradabilíssimo e o sabor é sensacional. Não deixa resíduos de sabor e é tão cuidadosamente produzida que faz frente até mesmo aos melhores destilados do mundo!
1 – Canarinha
Vem de: Salinas – MG
Graduação Alcoólica: 44%
Impressões: Essa cachaça é uma obra prima. Produzida por Noé Santiago, sobrinho de um dos melhores produtores de cachaça do Brasil, é envelhecida em barris de bálsamo, tem o sabor levemente apimentado, lembra bastante a cana.
O cheiro é inconfundível como o de uma manhã na roça. O aspecto dela é lindo: aquela cor bem dourada e a consistência são bem parecidas com as de um uísque e ela escorre pelo copo formando uma espécie de cortina.
Dá pra ver que ela é bem encorpada e preenche toda a boca com imensa suavidade e no final um gostinho impressionante. Não há outro lugar para esta cachaça senão a primeira posição.
Menção honrosa: Anísio Santiago
Vem de: Salinas – MG
Graduação Alcoólica: 44,8%
Impressões: Esta eu garanto que a maioria já ouviu ao menos alguma coisa a respeito. É um mito. Por uma questão judicial, o antigo nome, Havana, teve que ser mudado para Anísio Santiago (tio do Noé). Esta cachaça forte e com gosto de madeira seca e um pouco amarga que virou lenda urbana.
Quem nunca escutou alguém dizendo que existe uma cachaça que custa mais de mil reais a garrafa? Isso não é verdade! Uma garrafa da antiga Havana chega a custar 20 mil reais. Isso mesmo: “VINTE BARÃO”! Ela não tem nada que a torne tão exorbitantemente cara, mas paga-se pelo mito. Hoje, uma garrafa da Anísio Santiago custa entre 200 e 300 reais e mesmo assim, tem muita outras excelentes opções por preços bem mais em conta, mas se você tiver oportunidade de beber uma dose, aproveite.
FONTE: http://www.papodebar.com/cachacas-um-ranking-pessoal-de-cachacas-nacionais/